Apavorou-se, perdeu o rumo,
desequilibrou, anuviou as ideias, se precipitou. Disse mais do que devia,
apareceu, saiu à luz, mostrou muito do que sentia e correu para abraçar um
corpo que caia, despencou. Declarou-se, submeteu a dor à alegria, impulsionou o
nada contra parede, desmontou. Juntou o quanto conseguia, tanto pôde que
cansou, limitou-se, recostou e ressentiu. Soube bastante do que não podia,
pendurou-se, balançou e se lançou, tão longe, o máximo que viria. Viajou,
perturbou-se, afastou um tanto por dia. Acalmou-se, refletiu, observou a nuvem
distante e entendeu o que o prendia. Absolveu, cresceu, banhou-se em lágrimas
altivas, deitado na base de sua rebeldia. Tranquilizou-se, caminhou no fluxo
sábio dos acontecimentos temporais, aprendeu. Recusou-se, abordou a volta,
instilou amores condicionais nos quais se permitiram. Livrou-se, adiantou sem
seguir, foi para todos os lugares sem sair dali, aproximou. Conquistou-se, consentiu,
contemplou o voo do espírito, alegrou. Foi-se, encontrou coragem, guardou a paz
nos sorrisos amigos, descansou. Começou novamente e de novo, até não mais se
encontrar no vazio.
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