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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Terra sagrada


Corpo celestial, fruto do cosmo e símbolo de luz. Paz transcendental, alegre aquecimento espiritual, elevação d’alma... Multiplicação da visão por sua energia terrena, gravuras espectrais vistas por telepatia... Êxtase sentado na ponta do penhasco.
Contos e lendas passeiam por esta terra misteriosa. Grutas, trilhas, picos, arquiteturas, esplendores, personagens, canções, artes, pessoas, duendes, fadas, bruxas... Tudo se encaixa como um castelo de pedras, imponente sob a montanha.
Comida magicamente magnífica, sabores delirantes dos cultivos nativos. Cheiros essenciais ao paladar e prisões eternas a nossa saciedade. Truque perfeito dos caldeirões das bruxas.
Miragens naturalmente visíveis, como um sopro de dragão que nos causa um medo extremo. Beleza e grandeza da natureza que nos deixam vivos pra contar como foi sobreviver as suas quimeras. Brincadeiras dos duendes, habitantes dessa terra sagrada.
Noite encantada por canções e danças em um rito de agradecimento a vida. Céu incandescente, tranqüilizante ou simplesmente coberto por nuvens cinza... Magnetismo que nos deixa solto e pronto pro amor. Pó mágico das varinhas de condão das fadas, transmitindo paz entre os povos.
Ferramentas que martelam as pedreiras, carregamento feito no semi-árido... Construções erguidas, enfeites pros estrangeiros, realidade pros locais, comunidade unida e hospitalidade correndo no sangue. Pessoas humildemente gentis e simplesmente honestas, como tudo deveria ser.
O medo é uma das coisas ruins da fantasia, esse sentimento tem que ser dissipado com o tempo... Assim como as nuvens tempestuosas são, quando o vento sopra... Filosofia xamãnica das artes locais, como a canção dos sete sóis.
Olhando pra trás, enxerga-se cristais brancos pela estrada e ao alto, a montanha de pedras luminosas... Um sentimento saudoso que fica em mentes de bem e corações apaixonados. Passagens secretas nos levarão de volta a terra sagrada, quando estivermos preparados a viver novamente essa história fantástica.

Helton Gouvêa

Indicação de música para leitura: Velvet Green - Jethro Tull










terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sem poderes


Poderia estar com a Lua no bolso e dar Marte de troco, mas mesmo assim sem você, meu mundo ficaria incompleto. Poderia ter 1 real, 10 milhões ou ser dono de todo o dinheiro, mas nenhuma quantia valeria o quanto você me valeu e vale. Poderia ter sido Beethoven, Robert Plant ou um mendigo artista... Nenhuma arte me satisfaria tanto quanto teus desenhos de cabecinha redonda e membros de palitinhos. Poderia ter poderes como: força brutal, voar ou dormir a hora que quiser... Mas não teria tanta graça quanto o poder de ter você, em meus braços... Poderia ter inventado o telefone, bites ou a máquina do tempo... Mas nunca conseguiria dizer sim para você, com aquela maturidade jovial. Poderia ter colorido o mundo, feito mares e paisagens esplendidas... Mas nunca me impressionaria tanto, como a cor dos seus olhos correndo em minha direção, como o suor da sua pele nas tardes de verão, segurando um taco e gritando : Um, dois, três... Poderia ter escrito a bíblia, os dez mandamentos ou que te amo nas areias de uma praia qualquer... Mas nunca saberia o que sinto. Poderia ter entregue o convite que guardo comigo, em branco, para que um dia façamos algo... Juntamente com um CD de músicas românticas, e dizer que pessoa igual a você não encontrarei mais. Poderia ter sido ou feito muitas coisas que o tempo já não permitirá, mas mesmo assim penso que, talvez, um dia possa sentar numa cadeira de balanço ao teu lado e ser feliz. Assim, ter a paz que procuro.

Helton Gouvêa

Amar



Não é perguntar, para si mesmo ou não: “Por quê?”, “Pra quê?”, “Onde é?”, “Tudo bem?”... É simplesmente saber que o sorriso... O desembaraço... O gesto... Olhar... Cadência dos movimentos... Voz suave, tremendo, doce... Abraço firme, delicado, tímido, envolvente... Bom, realmente é saber que qualquer coisa com essa pessoa, te faz querê-la em seus braços... Em seus olhares... Em seus ouvidos... Em sua boca... Em seu delírio... Em pedaços vazios... Em harmonia... Em desacordo... Em volta... Dentro... Fora... Junto... Distante... Pois a quer de qualquer forma. Desde que seja livre para te querer. 
Dance só. Dance em silencio. Dance parado. Dance com os pés por baixo da mesa. Dance com a vida. Dance na vida. Dance para viver. Dance com suas escolhas. Dance para as suas escolhas. Dance hoje e sempre... Dance amando o ato livre de estar e sabendo que, em palavras, jamais saberá o que é o amor, sem ao menos ter sentido um pouco o medo de não ser amado.