Pesquisar este blog

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Exceção Para Agradecimento

Obrigado ao pessoal dos países: Alemanha, Brasil (É claro!), Canadá , Irlanda, Japão, Portugal e USA que acompanham o blog. Grande abraço a todos!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Cobiça

Não gosto de dormir. Acho que isso é uma grande perda de tempo. Quando dou conta, já são altas horas da madrugada e tenho que acordar em poucas horas. Me desgasto todo santo dia por culpa disso. Minha vontade de viver intensamente é tão grande que acabo exaurido por ela, embriagado pela letargia constante. Durmo acordado com pensamentos de solidão. Consumo minha energia máxima, mesmo ela estando sempre por um fio. Como um furacão no espaço sideral. Onde não há ar de esperança para os ventos fortes. Acabam tornando-se nulos. Vazios em sua existência. Incompetentes em seu propósito de existir.
Os olhos inchados delatam a noite mal descansada. Ações que revogam a coragem de compartilhar algo próspero. Mensagem de invalidez constante decifrada por arrogância e estupidez. Insone aspiração de morte. Brincando no gira-gira da depressão e no balanço da angústia. Sorrio dissimuladamente, convincentemente aos meus impulsos dolosos. Martirizo o nada em mim, criando um ralo de desespero sem fim. Um som de piano desafinado bate nas teclas do baixo ao fundo, melodicamente deprimente e insanamente persistente, alguns vidros parecem se quebrar  nas agudas agora. Guitarras contundentes em atrito estridente com o prolongar do zunido agudo da dor de suas cordas. Percussão extremamente seca e dura, gravemente entoando a canção do colapso emocional. Agravando e assediando minha querida cobiça do sono eterno...

Helton Gouvêa

sábado, 20 de agosto de 2011

Confraria dos poetas esquecidos

Poesia são frações do tempo... Extensões de sentimento... Alento contra o vento... Simplesmente complicado...  Formigamento do conspícuo... Intimação da nossa natureza... É o resumo da confusão disparada em lamentos... Externar o que dizem dos que aparentemente são loucos... Como você disse a pouco que tomo Prozac... O que fiz foi sair em minha defesa com uma camisa de força amarrada na cintura... Por que to escrevendo... To inspirado aqui... Não posso perder esse "baque" da inspiração... Baque: tomar pico na veia com o ópio... Da emoção... 
Qual a função de alegrar-se com alguém? Seria um toque de magia a vida de outrem? Essas perguntas já não respondem que estou feliz comigo mesmo? A minha droga é um sentido repentino vindo de algo súbito e imponente... O meu vício são meus descontroles dos amores que perdi em terras... Minha vida tem pena e tinteiro, em ocasiões dispersas a vontade organicamente programada...
São danças no escuro com garotas virgens de mim... Desafinações que nos divertem sem preocupação com os apontamentos dos críticos...
Quando estou com problemas eu não gosto de ter fórmulas... Vezes eu cerro os dentes e sigo em frente... Outras eu deito na rede... Há também horas em que faço a primeira bobagem em mente... Mas tudo depende. Quando se ouve a razão, ou se houve a razão pra qualquer coisa que seja... Pode-se considerar chatice pura. Pois, só a loucura, os gritos, os movimentos desordenados do amor são capazes de purificar nossa paixão e nos levar ao ápice do prazer... Estamos sempre em desapronto com a vida... Desapronto? Não estar a fim de me aprontar pra viver hoje... Vou mesmo do jeito que estou... São maltrapilhos? Quem se importa além dos que não enxergam a bela paisagem da vida?
Só as luzes: nudez. Só as sombras: cobertura total. Todas as cores: Nenhuma. Nenhuma cor: uma delas. Tarde demais pra ser normal?
Tudo bem amor... Não quero segurar você nessa tempestade marítima que me encontro... Vou esperar o tempo acalmar um tanto e ver se consigo entrar em contato por rádio com a guarda costeira... Por que com essa tempestade ele parou de funcionar...
Não interessa o que você faça... Onde vá... Ela estará lá... Eu estarei lá com meu desejo de viver... Sou poeta... Sou a poesia... Esquecido de como sou... Eu vou sem me preocupar de como será, de como aqui vim parar...    

Helton Gouvêa

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Bons sonhos


Mecânica fatídica da vida... Esse sentido é tão desanimador que leva ao extremo das conseqüências. Um ser findo de si mesmo... De todas as rotinas importunas... Faz da liberdade um desfeche trágico de sua estadia na Terra. A maneira mais sábia e perceptiva da inexistência de propósitos... O mártir desligando os motores e a paz tomando a essência da sua nova existência...
Talvez seja o prolongamento de seus fracassos e sofrimentos... Talvez inicie um novo ciclo... Uma reciclagem... Pelo “talvez” não chegamos a lugar algum.
Então por que traçar métodos de desespero em cruzadas dentro d’alma?!
Jogar-se na profundidade de seus pensamentos de ódio e insanidade mórbida é a solução dos teóricos... Estudiosos da angústia. Mas a teórica é tão execrável que nos matamos em saber... Ou melhor, em procurar saber todas respostas da vida. Aqui entre nós, quem não acha que o melhor mesmo é o prático e o deleite dos prazeres em comum?... Bem como a pureza das ações em sua naturalidade generosa? Ou então, tantas outras despreocupações de limites benéficos.
Também pode-se dizer que a falta de busca racional torna a sensibilidade mais apurada e o amor mais próximo de um convívio agradável. São incontáveis vantagens em viver, que o homem ainda insiste em acabar com as possibilidades e as simplicidades da felicidade.
Detestamos qualquer tipo de prisão... E não vemos que nos violentamos todos os dias com essa hidráulica comportamental de mesmices e indagações padronizadas de sutilezas. Isso é uma prisão! Ilusão de conforto mútuo... Nada mais! Eu desprezo muito tudo isso!

Helton Gouvêa                     

O pequeno bicho que pensa


Os meses da semana... Acho que é isso que eles dizem. Nada faz muito sentido pra mim... Pequeno, preguiçoso e covarde. Sobrevivo em buracos gelados e sufocantes... Estou diante do grande bicho que pensa mais que todos. Estou aqui, sem ser notado, ainda sem entender o tempo desprendido pra si aprisionar em grandes construções.
O homem, como eles mesmos dizem que são, destroem o equilíbrio pra ter um papel com cores... Pra poder ofender os outros da mesma espécie e saírem impunes... Abatem uns aos outros por essa coisa que nem se quer serve pra comer. Até sabem do holocausto territorial e vital que tal imundice colorida traz. Seria o mesmo que acender o pavio e ficar sentado na dinamite... Eles se fazem cegos e burros. Com tanta inteligência, continuam fazendo pregos mudos pra seu caixão... Pregos tão mudos que seu estrondoso e silencioso barulho de seu finco os deixam surdos.
Vejo os que têm carapaça com muitas marcas e de cobertura branca serem os melhores dos seres, juntamente com os que são menores e bem agitados. Eles cuidam melhor da Terra. Pra mim ela seria mais bem ajudada por estes tranqüilos e alegres pensantes.
Pensar é só o que posso fazer. “Ah... Se eu fosse grande como eles”.

Helton Gouvêa