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terça-feira, 9 de abril de 2013

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O navegador está quebrado, sem conserto e alagado. O próximo passo esperando entre a terra e o sal da água. Sem palavras, justo na precisão de algo reconfortante, ficou exausto na tentativa invisível de revelar-se amante. Então resolveu se enforcar, mas lá não havia árvore que sustentasse o peso mórbido de sua falência emocional. Pensou em se afogar, infelizmente era um peixe. Tentou se enterrar, não tinha forças para cavar. Jogou-se das nuvens, foi capaz de voar. Ateou fogo em si, tornou-se um sol. Fez jejum por sete vidas, miou de fome e não morreu. Logo, planejou um ataque terrorista à seu coração, amou o próximo. Transformou-se em sapo na aula de dissecação, foi beijado e se revelou príncipe. Entrou na contramão da via expressa, ficou estendido por quilômetros como piche até cansar. Subiu na torre elétrica sem proteção, iluminou o céu feito relâmpago e caiu por terra inteiramente bem. Foi ao inferno desafiar o diabo, tornaram-se grandes amigos. Reivindicou seu fim a deus, não houve resposta. Contou piadas racistas para negros na prisão, ficou rico e famoso. Desafiou assassinos, virou chefão da máfia. Enganou bancários e agiotas, elegeram-no presidente. Apareceu no fogo cruzado da terceira guerra mundial, ganhou o nobel da paz.     Matou inocentes em Estado com pena de morte, prestou serviço comunitário. Mergulhou na turbina de um avião, pelos ares milhares de bolinhas de sabão. Dormiu para sempre, acabou acordando no infinito. Ofereceu carona em sua imensidão, viveram felizes para sempre. 

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