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sexta-feira, 22 de março de 2013

Sr. Boo e Luquinha




♫ …
M-m-m-my Sharona... M-m-m-my Sharona
O garoto cantarolava: Tãrãntãn-tãn Tãn-tãn Tãn-tã-nã-nã.
Tirou o fone:

- Senhor Boo, o que podemos fazer para mudar o mundo?
- Ah, que praga é essa?! Seu merdinha! – Ele estava com uma lupa vendo algumas folhas de plantas do seu jardim. - Isso é muito difícil de saber, existe um espaço gigante entre a mudança que vocês querem e a mudança que o mundo pode aceitar. E também há uma grande diferença entre conhecer o caminho e caminhar pelo conhecimento. Mas eu sei, eu sei sim. Você nunca entenderia mesmo que eu explicasse um montão de vezes.
- Ahhh Senhor Boo, conta aí vai! E merdinha é seu nariz de palhaço! Eu sou muitíssimo inteligente! O mais esperto da sala. Só tiro 10.
- Ah, é?! Tira 10 em todas as matérias?
- Tiro, em todas! - Sr. Boo meneando a cabeça e apertando os olhos:
- Não olha nenhum pouquinho na prova do colega? Nem para tirar as dúvidas?
- Ah, só uma vez né?! Ele também já fez isso na minha, o Rafi10!
- Tá certo, tá certo. Comece mudando por aí, Luquinha.
- Mas ele olha também! Nem vem que o senhor já olhou na prova de um amigo seu naquela época que eu sei! Sr. Boo: Antigamente os professores batiam na gente e eu era mais ingênuo que você é, como você mesmo disse antes, é muito inteligente e vai entender, não é Luquinha? - Luquinha deu para pensar um pouquinho.
- É, sou mesmo! Antigamente eu também seria!
- Pois então, pense bem rapazinho, se vocês estudassem juntos e discutissem tudo que aprenderam antes, não seria melhor que precisar olhar na prova um do outro?
- Não sei, nunca fizemos isso antes. Mas acho que o senhor pode ter razão sim. Porque daí nós teríamos tudo na cabeça já e saberíamos tudo que o outro também sabe e...tive uma ideia! Podíamos chamar um monte de gente para estudar também! Aí o professor não ia mais implicar comigo e nem com o Rafi10. Mas é que a gente brinca no tempo livre, o senhor também brincava naquela fábrica abandonada que eu sei.
- Você conhece mais de mim do que imaginava. – disse o Sr. Boo.
- Os carinhas lá da escola sabe que o senhor inventou a máquina de atirar bolas de bexiga com água, e funciona até hoje! Mas agora a gente não pode mais brincar com ela, porque virou do museu da escola e a chata da diretora não libera nenhum pouquinho para gente.
- É mesmo? Que interessante! Então inventem algo novo! Ou você tá achando que eu posso fazer a diretora Maria Schwartz mudar de ideia, e deixar os pirralhos voltarem a usar a Morteiro Bexigosa?
- Morteiro Bexigosa?! Ahaha...vou contar o nome para o Rafi10. Mas o senhor faria isso? Vai falar com a diretora Maria Chumaço? Sr. Boo tirou o chapéu, coçou a cabeça e disse:  Não consigo pensar em outro motivo para um peste como você vir até minha casa, numa tarde de domingo, e me torrar a paciência. – rindo e bagunçando o cabelo do garoto. (Eles detestam isso) - Para, para! – o garoto deu um passo para trás.
Senhor Boo:  Vamos fazer um trato então. Você reúne um grupo de estudos para entender como uma máquina de atirar bexigas funciona e eu converso com a Sra. Schwartz. Mas olha lá, não prometo que ela vai concordar comigo hein!
- Beleza, velho! O senhor sabe que é velho né?! – riu e saiu correndo, enquanto os colegas estavam escondidos na curva da esquina. O Sr. Boo também riu, tirou o chapéu de novo e ameaçou a jogar nele.

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