Ele é tão estranho, que o rosto está cinza e caminha por ruas sujas no vento das ocasiões. Quando está gostando não consegue ter mais que uma escolha por vida, passa o tempo sozinho em todas as situações que imagina felicidade ao lado dela. Um sorriso fotográfico esperançoso. É tão confuso, que nada faz para melhorar suas chances e muda a cada trinta segundos de calçada, deixando pegadas para que as casas levem sua mensagem para dentro e as entreguem nos correios com o endereço certo. Mas deseja mesmo que ela as recolha e faça um boneco de gelo em seus sonhos familiares de fim de ano. E escreva: "Agora eu vou, vou tentar ser humano ou serei, para sempre, somente um andarilho." É tão incomum, que tenta proteger seus olhos dos dela para não revelar sua mente vazia de maldade. Dizem que todos precisam ter coragem de matar os sentimentos dos outros hoje em dia, mas ele só mata o tempo. Não se deixa levar pela versão dos acontecimentos imundos. Vendo o trânsito formar uma onda de andorinhas percebe que os carros estão se movendo normalmente, é apenas seus olhos voltados para o céu ou para o coração dela. Adivinhando onde se esconde seus lugares preferidos, onde se ouve sua voz segredada, aonde vão seus passos impacientes nas tardes de domingo e tudo o mais que tem preguiça de pensar. Nesta ultima noite ficou tão contente com a noticia do jornal pessoal que resolveu estar lá, em algum lugar do futuro, só para ver o que aconteceu com eles dois. Ele é tão simples que disse: "Melhor nunca mais será, daqui pela frente e por todo o sempre, de todos os sempres que nunca mais precisarei viver, pois agora este sempre será sempre nós, eu e a vida."
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