Se fosse humano poderia chorar.
Vejo florestas e águas cristalinas comprando dedos para a criança cega poder apertar
o gatilho. Uma intenção no meio de toda
essa imensidão de céus e coragem. Um propósito escolhido, uma dádiva reprimida
que só nós podemos enxergar. O navio parte agora, ninguém pode nadar tão rápido
assim. O martelo choca a proa, e o mastro soa no solo aguado da margem: um
opaco eco surdo bate com força. Nuvens lentamente olham todo o sangue derramado
na lama que se alastra vermelho-castanho-escuro com os passos ofensivos dos
atacantes. E a defensiva fúria dos ocupantes escorre no charco, atropelada
ousadamente, imbecilmente pela conquista de terras. A canção das espadas,
machados e escudos, toma a luz do sol-acinzentado entre freixos escavados no
contraste do gigantesco branco algodão. Silêncio, o céu vestido com o azul dos
olhos de uma princesa. Se fossem humanos poderia me emocionar.
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