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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Distancia


No distante entendimento de um desvio, está o vazio que em algumas horas podemos chamar de dor. Em alguns momentos podemos definir como liberdade. Outros instantes, apenas solidão.
Algo para acalmar o tilintar das gotas de chuva do pensamento. Um solo onde podemos pisar descalços e sentir a umidade da terra batida, sentindo seu cheiro laranja fosco. Visitando com os olhos o gramado vizinho, que está verdinho e macio como as nuvens no céu. Ouvir o ritmo que o vento dá as folhas das árvores e poder mexer o corpo, em profundo consentimento a sua base harmônica. Acompanhar o canto dos pássaros com os pés, batendo-os nos ladrilhos coloridos da loucura. Refazendo, ressaltando e girando até a Terra parar. Até Ela estar em seu domínio. Até movimentá-la como bem entender.
Perceber que tudo está em sua imaginação. Sua forma de participar. Seu jeito de encarar. Aplaudir a natureza. Desconcentrar do lúcido. Sentir... Pousar... Estar.
Depois da curva vemos o que antes era um rabisco. Lá está o amarelo do Sol em tempo real. Aquecendo somente quem teve coragem de deslizar pelas vias do fantástico. Expandindo os reflexos da mente em centelhas de luz, formando mensagens de paz e reconfortando a alma. Refletindo, ecoando e sintetizando todas as vibrações calmantes que a distração positiva pode nos proporcionar. Sigo meu caminho, distante.  

Helton Gouvêa

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