Tantas memórias de adeus em seus olhos... Sempre consolando com suas doces palavras de conforto aqueles que ficavam pra sofrer a partida de um grande amor... Seu carisma natural acolhia os mais diversos sentimentos alheios e pregava sorrisos extenuantes de felicidade...
O mundo certo desmoronou em suas costas e o soterrou com toda sua fúria repentina... Sufocando em dor, via-se diante do que imaginava ser impossível... Movimentos em uma lentidão coordenada em desespero afoito... Colocando as mãos onde não tem fim... Na aflição de seu rosto. Uma perda que acabara de saber... Acabou com sua vontade de viver... Roberto nunca mais tocará Caíke, seu filho... Era apenas um menino...
Por toda eternidade será seu sofrimento... Todas suas canções debruçadas em lamentos... Suas noites sedadas por dores incansáveis, como o tiquetaquear de um relógio durante a insônia... Sua alma estraçalhada exala arrogantemente e de modo vagaroso, sua morte...
Todo seu amor coberto pela terra marrom escura... Trovões dispersos ao longe ecoam no cerne do seu suicídio afetivo... Encharcado pela água gelada dos pingos incessantes da chuva, provocando suas lembranças mais profundas de desespero esboçadas nas páginas do que um dia foi alegre...
Uma levada melódica e temperamentalmente composta por seu sofrimento, marca a passagem da vida e morte de seu eterno menino... Os solos não foram e nem serão mais os mesmos desde então...
Helton Gouvêa
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