Sofrimento intermitente e continuo. Latente e sem aviso. Veio para ficar e disse pra me matar. Enquanto restar vida chorarei lágrimas de dor. Sob tudo fincou n’alma um vazio eterno e silencioso... Um buraco negro de lástima. Vento frio que aborrece minhas pálpebras e faz com que escorra lembranças tristes. Somente o desgosto habita a caixa indestrutível do meu peito. Nunca, é a palavra que dá sentido a minha felicidade a partir de hoje. Solidão, âncora que me estarrece os ossos, órgãos e pensamentos, a cada segundo e em cada movimento. Vela que me leva ao abismo de minhas aflições, dos meus martírios, dos meus pesares. Coisas que nem mesmo sei explicar. Mesmo vindo de mim. Estando em mim. Partindo como uma explosão angustiante de fora para dentro, vou implorando abandono. Para que tudo que fere, se vá. Deixe-me nu. Traga-me um sopro de vida. Uma esmola de carinho. Uma gota de afeição sublime no ar que paira a milhas de minha cabeça esmagada pela violência da amargura. Suplico a todas as forças do bem que tire esse escárnio de mal olhado de minhas asas. Peço um toque meigo em minha face retalhada pelo ódio de meu algoz. Conjuro em desespero o paraíso de anjos salvadores. Nada ouço. Nada me resta. Apenas o fim certo dessa morte lenta e impetuosa que me arrasta, arrancando as vísceras de discernimento. A ausência infinita do amor devora cada centímetro do meu corpo. Agulhas perfuram meus lábios, costurando-os e calando meus gritos de socorro... Mm... Mmm! Mmm! Mmmmmm!!!
Somos a extensão de nossos pensamentos e vontades. Harmonias em tom essencial. Por vezes melódicas, em outras dissonantes. Buscamos o encontro de nossas vidas, as vidas de nossas buscas, e tropeçamos no acaso, sorrindo, para despertar afetivamente nossos sentidos aguçados. Instinto de sobrevivência. Viva, compartilhe!
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quarta-feira, 21 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
Onze de setembro (09/11)
Para toda família que sofre e sofreu, minha empatia. Revolta pela falta de humanismo e meu entendimento da incapacidade de enxergar o óbvio: Se pensássemos um segundo que todos somos humanos, saberíamos que o "diabo" si diverte um bocado vendo a gente si trucidar aqui. Meus sentimentos. Paz...
For any family that suffers and has suffered, my empathy. Revolt by the lack of understanding of humanity and their inability to see the obvious: If we think a second that we are all human, would we know that the "devil" have fun seeing we slay each other here. My feelings. Peace ..
PS: Qualquer erro no inglês, me desculpem. / Any errors in English, sorry.
Helton Gouvêa
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Todo seu amor
Tantas memórias de adeus em seus olhos... Sempre consolando com suas doces palavras de conforto aqueles que ficavam pra sofrer a partida de um grande amor... Seu carisma natural acolhia os mais diversos sentimentos alheios e pregava sorrisos extenuantes de felicidade...
O mundo certo desmoronou em suas costas e o soterrou com toda sua fúria repentina... Sufocando em dor, via-se diante do que imaginava ser impossível... Movimentos em uma lentidão coordenada em desespero afoito... Colocando as mãos onde não tem fim... Na aflição de seu rosto. Uma perda que acabara de saber... Acabou com sua vontade de viver... Roberto nunca mais tocará Caíke, seu filho... Era apenas um menino...
Por toda eternidade será seu sofrimento... Todas suas canções debruçadas em lamentos... Suas noites sedadas por dores incansáveis, como o tiquetaquear de um relógio durante a insônia... Sua alma estraçalhada exala arrogantemente e de modo vagaroso, sua morte...
Todo seu amor coberto pela terra marrom escura... Trovões dispersos ao longe ecoam no cerne do seu suicídio afetivo... Encharcado pela água gelada dos pingos incessantes da chuva, provocando suas lembranças mais profundas de desespero esboçadas nas páginas do que um dia foi alegre...
Uma levada melódica e temperamentalmente composta por seu sofrimento, marca a passagem da vida e morte de seu eterno menino... Os solos não foram e nem serão mais os mesmos desde então...
Helton Gouvêa
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