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sábado, 22 de março de 2014

Dr. Morte

Dr. - Sabe porque temos câncer?
Estranho - Um terço dos humanos são diretamente descartáveis. Enquanto a outra parte tem chances maiores de fazer parte de um sistema que mantem a doença inerte. E ainda, falando de porcentagem, 33% é certo de terem câncer, 66% está dentro do jogo para sobreviver e 1% detêm o controle. É uma situação que parece não fazer o menor sentido. Mas por trás das cortinas o câncer que faz parte de um programa de gestão da vida, não passa de uma guerra pra combater o próprio organismo, auto-sabotagem. Alguns de nós de repente, mas eu diria que fomos programados, que fomos induzidos, que fomos pressionados, resolve se multiplicar de forma desordenada e descontrolada. Isso é péssimo! Mesmo que dominem um território, a grande maioria morrerá para alegria da ordem no caos. Este é o escopo perfeito para o ciclo de destruição que os humanos precisam nessa linha de raciocínio. 
Então, por que diabos essa merda toda acontece?
Porque no passado ancestral todos os animais vivos hoje, contando com a maior besta de todas, nós, passaram a viver em conjunto. 
Um dos grandes problemas disso tudo é coordenar quem é definitivamente desprezível, ou seja, eles precisam ter certeza para que o projeto não seja desconfigurado até que pretendam alguma mudança lucrativa. É só pensar nos espaços entre as batidas do coração: se muitas não tiverem em harmonia, com pausas na hora certa, todos nós teríamos uma canção interior sobreposta, uma em cima da outra, o que não faria soar a melodia da vida, e não sobraria espaço para o silêncio. O processo envolve uma dança frenética molecular precisa: se, por algum motivo, o coração erra algum passo, a música passa a não fazer mais sentido e sofre uma modificação inesperada, então a dança pode simplesmente se multiplicar fora de hora. E, pior ainda, pode fazer isso assumindo características que não têm nada a ver com a pista de dança onde está, ou o som pode invadir outros órgãos em sua ânsia de nos fazer dançar. Aí nasce o caos, o tumor, a desordem, cautelosamente arquitetada para dominar a vida.

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