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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Duas vidas


A ausência em pessoa, um espírito vazio, uma página borrada, o escritor fracassado, o veneno fortificante, a resistência deitada, o amante verdadeiro, a noite sem movimento, o poder em uma nota, a palavra mal dita, o rebento estagnado, a ideologia embalada, uma figura travestida, um coreto no deserto, uma benção literária, um condimento vencido, a liberdade pensativa numa insonia eterna, o impedimento insuportável da compulsiva rotina de amar outra pessoa...amar, amar e amar. Mesmo que por convenção, ama-se a incapacidade de amar novamente, só pra amar a mesma pessoa repetidamente. Mas porquê? Mandam-me alimentar somente um amor. Dizer que meu coração está aprisionado por teu amor é loucura, é dizer que estou vivendo sem poder morrer. É morrer sabendo que poderei viver sem teu amor. E somente um me importa. Quando se é livre o amor surge da inevitável escolha de um sentimento, a esperança de amar e ser amado. Uma furada, o regresso de uma volta insensata no paraíso. Quando o encontro de uma boca foi pra sempre, já não podemos mais compartilhar a sutileza desses lábios. Enquanto aquele pedaço marca um toque pelos nossos corpos ardentes, jamais podemos nos partir em duas vidas. O amor vem com tudo e nos deixa o nada! Foi a tristeza de todas lembranças despedaçadas dos laços jurados em abraços mutantes. Amigos alienígenas esperando pacientemente o relâmpago do amor, mesmo que torture temos que sangrar, humanos sem controle. Sempre esperamos a redenção do amor. Outra vez calados, pacientemente a loucura toma a chance improvável e estamos queimando juntos. O caminho que sigo em ti leva uma vida pra acabar...

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