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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Dormindo



Todos aqueles aspectos refazendo os estilhaços que cortou, e fez sangrar, toda roupagem que sustenta minha imagem na Terra. Atingindo algo num ponto cego que me leva as alturas, ao paraíso suscetível. O chão se abre, a forte corrente de ar me transporta do ódio à loucura, da paixão à satisfação alucinada. Correndo no ar, somente sensações que te deixam ir para longe de toda essa fraqueza; que sustento desde o dia em que você se foi sem avisar. Não é pensar apenas. Certamente o algo mais naquele momento em que não consigo encontrar, fez com que a única vida possível e aceitável fosse segurando carinhosamente, por poucos segundos, na ponta de sua orelha.
Tudo volta numa respiração profunda. No balanço daquele bosque em que sorrimos para a liberdade. O chamado que reverbera e diminui lentamente no sossego da euforia. Seguindo o brilho dos seus olhos carentes, transformando seu sorriso em passado eterno. O mal me testa, prende, seduz, auxilia; me traz sorte, confronta, elogia... Reflexos de ideias jamais pronunciadas em voz alta. Justifico-me em bondade e distância. 
Posso aceitar o choro dos céus em pleno resplandecer do dia. A fonte do abismo, o amor desfigurado nas fissuras do corpo permitido ao nada. Segredos nus transcorrem nas veias secas de um cadáver sombrio vagando na escuridão do oceano e onde mais consegue procurar. Perseguindo gestos iguais aos seus, seus passos em outro mundo, sua alma na Terra dos Mortos. Oh! De-me sua luz! Leve-me para casa. Tudo voltará se me der um pouco daquele calor novamente. Luz!
Procurando um pouco algo que parece iluminar. Guardando sua chama no eco da lembrança.


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