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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Como se comportar



Comporte uma pessoa em uma embalagem por anos. Liberte-a e pergunte se está confortável. Evidente, já que os músculos não estão fortes para outros movimentos, não ser o de transporte. É certo que inflijam sofrimento se forem articulados de outra forma, ou no mínimo haja um grande desconforto. Basicamente assim que se programa a conformidade, a essência do controle massivo.
A mente não foi desenvolvida para refletir além do proposto, está condicionada a exercer funções; a levantar dúvidas que já estão solucionadas pelo sistema; a chegar a conclusões realizadoras, feitas sob medida para cada um. E em todas as embalagens: rótulos com especificações do que serão capazes de criar. 
A alma está entubada em um campo magnético extraordinariamente determinista, em sua relação mais vulgar. Enquanto as que almejaram a expansão racional e ultrapassaram o senso universal da razão, imposta, foram consideradas anomalias um tanto absurdas. Em alguns aspectos: anjos e demônios. Em outros: simplesmente pensadores e evolucionários.
Chegamos então a ordem prevista: trabalhe ajoelhado na formação de seu corpo, mente e alma. Após esta consolidação, tente ficar uma hora em pé. Tudo bem? A gravidade é algo sobrenatural! 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Dormindo



Todos aqueles aspectos refazendo os estilhaços que cortou, e fez sangrar, toda roupagem que sustenta minha imagem na Terra. Atingindo algo num ponto cego que me leva as alturas, ao paraíso suscetível. O chão se abre, a forte corrente de ar me transporta do ódio à loucura, da paixão à satisfação alucinada. Correndo no ar, somente sensações que te deixam ir para longe de toda essa fraqueza; que sustento desde o dia em que você se foi sem avisar. Não é pensar apenas. Certamente o algo mais naquele momento em que não consigo encontrar, fez com que a única vida possível e aceitável fosse segurando carinhosamente, por poucos segundos, na ponta de sua orelha.
Tudo volta numa respiração profunda. No balanço daquele bosque em que sorrimos para a liberdade. O chamado que reverbera e diminui lentamente no sossego da euforia. Seguindo o brilho dos seus olhos carentes, transformando seu sorriso em passado eterno. O mal me testa, prende, seduz, auxilia; me traz sorte, confronta, elogia... Reflexos de ideias jamais pronunciadas em voz alta. Justifico-me em bondade e distância. 
Posso aceitar o choro dos céus em pleno resplandecer do dia. A fonte do abismo, o amor desfigurado nas fissuras do corpo permitido ao nada. Segredos nus transcorrem nas veias secas de um cadáver sombrio vagando na escuridão do oceano e onde mais consegue procurar. Perseguindo gestos iguais aos seus, seus passos em outro mundo, sua alma na Terra dos Mortos. Oh! De-me sua luz! Leve-me para casa. Tudo voltará se me der um pouco daquele calor novamente. Luz!
Procurando um pouco algo que parece iluminar. Guardando sua chama no eco da lembrança.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Pressão do túnel



Partir a razão em duas com mentiras
Simplicidade, capturar a sensação refletida nos olhos
Habitual condição do engano constante
Debilitar-se com palavras não vividas

Morada em chamas no passeio do furacão
Manifestação sutil que segura sua fraqueza
Hábil malícia sorridente convidando o fogo
Desabrigar-se do medo catastrófico

Despir a intenção em direções como tiras
Notoriedade, inflar desejos seguidos no ódio
Harmoniosa falsificação do eu incessante
Delinear-se no plano de Midas

Parada na lama, no receio da compaixão
Infestação viril que surge na tristeza
Temporal, limpeza após a desolação
Deparar-se frequentemente consigo mesmo















segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Sangue dos inocentes - O estranho


Um ciclo de tormento contínuo, a loucura permite esperançosa um "clic" de esquecimento prolongado. Folclore vivido na pele como verdade absoluta, um doce mais doce que o sangue dos inocentes; mais saboroso que o prato do dia. Inspirados pela fé ensinada, e irrevogavelmente aprendida, marcham nas marcas meridionais com bussolas magnetizadas. Seus comandantes revelam o poder divino com fogo de cifras nos olhos da verdade incontestável. Arquitetam moldes de liberdade por eras e insinuam batalhas vencidas à custo de inesgotáveis sonhos enterrados. Será uma vaga lembrança ou programações reativas de uma volta na roda gigante? Faço mesmo o que gosto? Penso sempre que posso? Questionar é fácil. Mas mais fácil ainda é o inquestionável. 
- Relaxe, vamos dar as mãos e fingir boas ações. Enquanto tomamos seu conforto e te largamos no esgoto. Vamos sim! Olha, estamos nos reunindo aqui para ajudar com o pensamento aquelas pessoas que passam fome ali. O mundo da imaginação é real, acredite! Você inventou um câmbio de troca apocalíptica e está aí para todo mundo ver. Divirta-se! 
Orbita em nós a energia do ser, a razão pragmática de situações e aflições vigentes. Deslocando corpos metafóricos, refletimos mais de um número imaginável de sentimentos por tempo indeterminado. Quem disse que não se pode fazer o bem com o pensamento? O nada deve existir para que aprendamos que nunca saberemos tudo e busquemos sempre o inconstante. Talvez. 
Caminho óbvio que ontem era sagaz e infrutífero. Ornamento da alma que subdivide o incomum em partículas tão próximas que ao juntar-se novamente nasce o amor provindo da insatisfação. Quem está completamente em paz com o organismo Terra? Não há esperança se viramos o rosto para a fatídica morte constante da evolução humana. O destino canta em nossas ações de desprezo. Perceba a diferença entre ajudar efetivamente e sentar-se num banco de praça observando a pomba ciscar o chão; pretendendo naquele momento que todos seres vivos sejam alimentados. Há uma conexão imperceptível no egoísmo depreciativo em questão. Estamos dormitando na prisão de nossos problemas, acordando livres na imposição frenética da indústria e sonhando com dias melhores em tempos remotos. 
Remonte a história, a lógica, a normalidade, o confiável, a educação, o passo seguinte... Nasça para a vida real!