Tudo que tenho são pedaços desconexos de quem fui um dia
Tento juntar e formar a melhor figura para que o mundo sorria
Esforço-me tanto para agradar que esqueço de como eu sabia
Que o melhor de mim não depende da tua falsa alegria...
Mas agora, estes recortes descabídos como alegoria
Estão espalhados por toda parte do meu ser, minha dislexia
Emocional, como um caminho infindo de pura nostalgia
De não sei o quê, pois em um dos fragmentos dizia que eu morria...
Perdendo-me nos tamanhos, cores, espessuras dos retalhos, algo me induzia
Sobre um amor eterno, nas linhas mal juntadas restou a rebeldia
A perda, e as constelações de um álbum de figurinha
Aquele que daria a não sei quem e muito menos se valeria...
O passado tornou-se dor nos borrões ininteligíveis que asfixia
Cada instante que não lembro o porquê do que sentia
Assim, vou abraçando e concordando com o que acho que agradaria
Mais um, menos um, o importante é seguir sendo o que talvez seria...